quarta-feira, 2 de abril de 2014

Das duas, uma.

Sou uma pessoa estranha. 
E sou estranha por admitir que sou estranha. Qual é a pessoa que diz que é estranha, quando se pode dizer que é linda, perfeita, um espectáculo de pessoa? Eu digo! Sou estranha, e sincera! E por ser sincera, mais são as vezes que perco que as vezes que ganho. Vivemos numa sociedade em que a verdade é ensinada às crianças como o bem, e a mentira como o mal. Mas na realidade, no nosso mundo, não é isso que acontece.

Então, como podemos exigir algo de alguém, se nós próprios não oferecemos o mesmo?

Numa sociedade onde se apregoa a verdade, e toda a gente fala nesse valor cada vez mais escasso, atrevo-me a dizer, que são os mentirosos, os falsos, aqueles que têm duas caras que saem vencedores, que são bem sucedidos e os que levam palmadinhas nas costas, em sinal de aprovação. Se formos sinceros com as pessoas, elas zangam-se por lhe dizermos o que pensamos e não o que elas querem ouvir. Ou seja, toda a gente te pede honestidade, mas depois ficam amuados por lhe dizeres o que pensas. Por isso me acho estranha. Ou serão os outros os estranhos. Das duas uma. 

Agradar às pessoas e ir contra os nossos princípios ou ser honesta e ser o mau da fita, o desordeiro? 

Lembro-me de uma vez, na escola, haver um professor que me chamou de activista, por estar sempre a manifestar a minha opinião, por pedir para mudar a data das avaliações, por apresentar o meu ponto de vista nos debates. Na altura não gostei. Pareceu-me demasiado invasor, afinal, na maioria das vezes, só dizia o que os meus colegas pensavam, e não diziam por medo, vergonha ou insegurança.

Hoje nem me importo mais. Podem chamar-me o que quiserem: conflituosa, desordeira, problemática, o que quiserem. Irei defender-me sempre com a seguinte palavra: SINCERA!

E não me importa o que pensem, não vivo a minha vida para agradar a ninguém, a não ser a mim mesma.

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